domingo, 28 de janeiro de 2007

O que sou

no mundo, algo de raro

qual diferença haveria?

tudo tão raro...

é aí que cabe a euforia!



escrito por Alex Nunes

sábado, 27 de janeiro de 2007

Os meninos



Aqueles meninos brincam descontroladamente com o mundo.Usam o vento.Usam a grama.Usam a terra e não se sujam.Aquele de colo brinca descontroladamente com o mundo.Usa o som.Usa as feições estranhas do próprio pai.Usa as cores e os beijos e a tudo ama.Quem irá retornar à brincadeira?Quem usará a companhia da mãe?Quem usará os sorrisos dos amigos?Quem usará o vento e o som que chora e as cores que riem e as palavras que rimem e as mãos que acariciam e os olhares que cortam ou rasgam ou furam ou massageiam ou conduzem ou abraçam e os aromas que serpenteiam e os gestos para definir um momento?Quem encontrará prazer nas coisas simples, nas dores e nas torturas?Quem encontrará prazer na insônia e na espera e na angústia e na solidão e na desventura e na decepção?Em quem transbordará libido num simples oi ou numa maneira de andar?Há alguém capaz de se envergonhar de propósito?De entrar num labirinto só para se perder e não para encontrar a saída?Afortunado é aquele que encontra beleza em tudo isso.
escrito por Alex Nunes

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

lenço de bar

[numa mesa rapazes safados seguros secam e molham: fumam e bebem. a ti sopro fumaça de pensamentos. ela se enovela no lento ar qual alvéolos de pulmões sujos sendo seca sede de si mesma. pensamentos que flutuam são sujos e vão com o ar turvo pra bem longe...
as cabeças tremulam dentre palavras sinceras que percorrem o interior da amizade que junta jeitos e gestos insolentes para a nostalgia infinita - somos nós que novamente nos encontramos e não resistimos - tinha de ser no fogo e no líquido da geração molhada de cachaça e seca de cigarro, mas chega de tosse escarro cuspe e gosto do que foi, aí vem o que há do que há de vir, revés do que passou irá se repetir numa delícia de uma segunda leitura]



escrito por Alex Nunes